sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Do ser eu

Eu
Só pude ser enquanto eu era
E fui.
Fui ser quem eu seria
Amanhã
E serei quem eu poderia ter sido
E se fui
Apenas era
E agora sou
Quem amanhã talvez eu não seja mais.

Dos pontos

Vivo entre vírgulas
E parênteses.
Digo pela metade
E nas entrelinhas.
Vivo a minha verdade
E me perco em contínuas linhas.
Meu parágrafo é cheio de travessões
- Eu comigo; e contigo. -
Nós dois num diálogo sem fim
Até que alguém decida
Se é ponto ou é vírgula.

sábado, 1 de outubro de 2011

Pobre do Papel

Ela - Tu sentes isso mesmo?
Poeta - Não, só escrevo...
Ela - Ah, porque...nossa, isso é forte.
Poeta - Mas eu já senti, já sofri.
Ela - Quando?
Poeta - Ontem, ao escrever.
Ela - E agora?
Poeta - O papel sente e sofre.
Ela - Tá...(pobre do papel).

Da ambiguidade

A palavra saudade segue intrínseca em forma de sentimento.