sábado, 5 de novembro de 2011

Quando a via
Nem percebeu que havia.
Havia mesmo que só por haver
E a via com um olhar de não sei bem
Mas a via. E também havia.
Havia algo que ele não sabia que havia
Mas só havia quando a via.
A vendo tanto, continuou havendo.
Mas somente ele a via. E somente nele havia.
Havia nele uma inquietação quando a via.
Mas nela nada havia.
...
E então deixou de haver quando não mais a viu.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Do ser eu

Eu
Só pude ser enquanto eu era
E fui.
Fui ser quem eu seria
Amanhã
E serei quem eu poderia ter sido
E se fui
Apenas era
E agora sou
Quem amanhã talvez eu não seja mais.

Dos pontos

Vivo entre vírgulas
E parênteses.
Digo pela metade
E nas entrelinhas.
Vivo a minha verdade
E me perco em contínuas linhas.
Meu parágrafo é cheio de travessões
- Eu comigo; e contigo. -
Nós dois num diálogo sem fim
Até que alguém decida
Se é ponto ou é vírgula.

sábado, 1 de outubro de 2011

Pobre do Papel

Ela - Tu sentes isso mesmo?
Poeta - Não, só escrevo...
Ela - Ah, porque...nossa, isso é forte.
Poeta - Mas eu já senti, já sofri.
Ela - Quando?
Poeta - Ontem, ao escrever.
Ela - E agora?
Poeta - O papel sente e sofre.
Ela - Tá...(pobre do papel).

Da ambiguidade

A palavra saudade segue intrínseca em forma de sentimento.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Do sentir

Sinto que senti o que todo mundo sente.
Sinto que sinto saudade.
Sinto que vou sentir.
Apenas.
E talvez só.
e se só, eu só sentir
Será um sentimento
Mas não apenas.
Será só eu, sentindo somente
o que todo mundo sente.
E eu, só, sentirei.

Sinta
Não apenas pense
E chore.
Mas não apenas com os olhos
Nem apenas com o coração.
Chore com a alma
E de corpo inteiro.
E então ame
Como choram os ingênuos.
Só. Por viver.

Beni Marquez & Bruna Writer